05/02/2025 - 15:44
Depois de dois anos de desenvolvimento, a Uber lançou nos EUA um recurso para facilitar a viagem de pessoas acompanhadas de animais de serviço, entre elas quem tem deficiência visual. A nova ferramenta permite a autoidentificação de passageiro com cão-guia. Segundo a empresa, a ideia é promover uma comunicação mais clara e gerar maior confiança entre passageiro e motorista durante a viagem.
Antes, os tutores costumavam enviar mensagens aos motoristas com antecedência para informar que iriam embarcar com um animal de serviço. A medida era adotada para facilitar a identificação do passageiro e também para informar o motorista, evitando que ele fosse pego de surpreso. De todo modo, pelas regras, eles não podem recusar o transporte.
Com o novo recurso, o tutor preenche um formulário de eligibilidade no aplicativo. Com a ferramenta habilitada, ele define se quer deixar visível a identificação da companhia do animal de serviço. Se optar por deixar claro, abaixo de seu nome surge a informação de que é passageiro com cão-guia. Caso o motorista tente cancelar a viagem, um lembrete surge dizendo que é contra a lei recusar o serviço. A decisão cabe a ele, mas a consequência é ser excluído da plataforma.
Independentemente de o tutor usar ou não a identificação de cão de serviço, as diretrizes da empresa reforçam que o cancelamento da viagem não é permitido, assim como também é proibido discriminar esses animais.
Nos EUA, leis federais e estaduais asseguram que não seja cobrada taxa extra do serviço para as pessoas que viajam com animais de serviço. Alguns motoristas da modalidade Uber Pet chegam a cobrar um dinheiro a mais se o cão fizer sujeira no carro ou soltar muito pelo. Mas essa cobrança não pode ser feita a passageiros com os cães identificados como assistentes.
Colaboração
O recurso foi desenvolvido com a colaboração de instituições focadas nos animais de serviço e de entidades e associações de pessoas com deficiência visual. “Agradecemos a disposição da Uber em se envolver com nosso feedback e criar um recurso de autoidentificação totalmente voluntário que ajudará a identificar motoristas que negam serviço a pessoas cegas que usam cães-guia”, afirmou Mark Riccobono, presidente da National Federation of the Blind, em comunicado.
Karen Leies, presidente e CEO da The Seeing Eye, disse que a ferramenta é um passo positivo para identificar motoristas que negam atendimento a pessoas com animais de serviço. De acordo com ela, a expectativa é que o recurso ajude a evitar cancelamentos e que também forneça dados que auxiliem a Uber a lidar com a discriminação que atinge essa comunidade.