O que marcas como Louis Vuitton, Gucci, Dolce & Gabbana, Prada e agora até Adidas têm em comum? Todas entenderam que o próximo território do luxo é o universo pet. Bolsas de viagem exclusivas da Louis Vuitton, coleiras assinadas pela Gucci, carriers de nylon da Prada e roupas estampadas da Dolce & Gabbana já estão no mercado. Aqui, não estamos falando apenas de acessórios, mas da extensão de um estilo de vida.

O pet deixou de ser apenas companhia e passou a ocupar um espaço central nas escolhas de consumo. Wellness, bem-estar e estilo, conceitos que já guiam a vida humana, hoje se estendem também ao cachorro ou ao gato. E não por acaso: cuidar de um ser vivo exige dedicação, tempo e, sim, investimento.

O mesmo consumidor que paga R$ 1.500 em um par de tênis não hesita em contratar uma creche canina de alto padrão, escolher uma ração natural premium ou comprar uma guia de couro da Louis Vuitton para o seu cão. Porque, no fundo, não é sobre preço, mas sobre valor. Quem já se acostumou a investir em si mesmo estende naturalmente esse padrão ao animal que considera parte da família.

Para o setor pet, a mensagem é clara: não estamos vendendo banho, tosa ou hospedagem. Estamos entregando experiências que conectam pessoas ao que elas têm de mais íntimo, a ideia de que cuidar bem é viver bem.

E o setor já vem respondendo a essa demanda. Temos creches e hotéis boutique, que oferecem hospedagens exclusivas, experiências personalizadas e rotinas de bem-estar. Temos banho e tosa de luxo com ofurôs, massagens relaxantes e até aromaterapia para cães. São iniciativas que mostram que o consumidor quer, e está disposto a pagar por algo muito além do básico.

Esse olhar para além da função já inspira marcas de produtos nacionais. Vejamos a Woolie, por exemplo: uma marca de produtos para gatos, que surgiu com a proposta de sair do estereótipo da “crazy cat lady” e reposicionar a categoria. Ao investir em design para a casa, criou arranhadores, camas e acessórios que são funcionais para os pets, mas também decorativos e sofisticados para os ambientes.

A instrução que fica para o empreendedor é clara: pense em como o seu negócio pode entregar algo que vá além da utilidade imediata. Não é apenas vender um arranhador; é criar um objeto de desejo que integra a rotina da família. Não é só oferecer um banho, é transformar esse momento em uma experiência de bem-estar. O consumidor já mostrou que está disposto a pagar por isso. Cabe a você traduzir essa disposição em inovação.

Quando marcas globais de luxo se movimentam, elas não estão apenas surfando uma tendência. Estão legitimando uma transformação cultural profunda: o pet como extensão da identidade de seus responsáveis. Cabe a nós, no setor, entender se estamos prontos para conversar nesse mesmo patamar, inovando, criando experiências e indo além do serviço padrão.