Cães em serviços de assistência emocional são vistos em várias partes do mundo. Eles oferecem alívio do estresse para pacientes de hospitais ou de outros centros que atendem de crianças a idosos. Uma nova pesquisa indica que gatos também podem desempenhar bem esse papel. A participação de felinos nesses tipos de assistência já é conhecida, mas é menos comum do que a dos cachorros. Desenvolvido na Bélgica, o estudo avaliou 474 gatos para mostrar que eles podem ser eficazes terapeutas.

Foi aplicado um questionário padrão para os tutores. Entre os animais da pesquisa estavam felinos que já atuam em serviços de assistência. Publicados na revista científica Animals, os resultados parecem óbvios, mas ajudam a confirmar as características dos bichos aptos para o apoio emocional a humanos nesses programas.

Os gatos bem adaptados aos serviços de terapia tiveram as maiores pontuações em sociabilidade com pessoas, busca de atenção e sociabilidade com outros felinos. Eles apresentaram também as pontuações mais baixas quanto à resistência a toques e a serem manuseados (quando são colocados no colo, por exemplo), em comparação aos demais.

O estudo, que envolveu pesquisadores de diferentes centros na Bélgica e um departamento da Washington State University (EUA), aponta ainda que essas características parecem ser naturais entre os bichanos que já integram serviços de assistência. Ou seja, eles já nasceram assim. Outra hipótese é que eles desenvolveram esses traços por suas vivências, tendo sido adquiridas. Cães, por sua vez, podem ser treinados para desenvolver tais habilidades.

Coautora do trabalho, Patricia Pendry, da Washington State University, declarou que existe a percepção de que gatos não são adequados para esse tipo de trabalho. “Nosso estudo mostra que alguns podem se sair muito bem nesses ambientes”, afirmou em comunicado da universidade.

A pesquisa sugere que expandir os programas com gatos pode tornar a terapia mais acessível a uma gama maior de pessoas. Isso porque alguns pacientes podem encontrar mais conforto na presença silenciosa do animal. E eles podem ser alternativas para quem tem receio de cães.

Patricia comentou que, embora algumas raças de gatos, como ragdolls – como o da foto acima – ou maine coons, sejam consideradas mais sociáveis, o estudo não examinou diferenças de comportamento com base na raça.

“O objetivo do estudo não é promover gatos de repente para o trabalho terapêutico”, salientou a pesquisadora. O importante é reconhecer que alguns bichanos podem realmente gostar desse tipo de interação. No ambiente certo, eles são capazes de fornecer apoio significativo para pessoas que necessitam desestressar. E como não se acalmar diante de um ronronado ou de um gatinho se ajeitando no colo?