O Instituto Cão de Rodinhas, entidade que dá visibilidade a pets com deficiência, está organizando o maior encontro simultâneo desses animais no Brasil. O evento, que promove inclusão, visibilidade e troca de experiências, é gratuito e acontecerá neste domingo, 25, às 15h, em oito capitais: São Paulo, Curitiba, Fortaleza, Maceió, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília.

Os encontros não são para adoção, e sim para confraternização. Tutores de cães e gatos, ativistas, voluntários, profissionais da área pet, além dos bichos, estão entre os convidados. O objetivo é mostrar, na prática, que a convivência com animais com deficiência é possível, feliz e cheia de afeto.

“Esse é o primeiro evento que realizamos neste formato. Estamos começando com a reunião acontecendo em oito capitais brasileiras. Esperamos que, em breve, conquistemos as 27 capitais com a nossa causa cheia de amor e acolhimento”, disse Larissa Tanaka Onuki, tutora do Argos, fundadora e CEO do Instituto Cão de Rodinhas.

Nascida em 2018, a entidade tem atuação nacional e atinge outros países, como Portugal, por meio das redes sociais e por outras formas de comunicação digital. Os eventos presenciais, porém, estavam muito concentrados em São Paulo e Curitiba.

Segundo Larissa, o instituto percebeu o potencial de levar esse trabalho para os demais estados brasileiros, fortalecendo sua comunidade de tutores, o Clube do Cão de Rodinhas. Esse grupo de apoio ao tutor foi montado no WhatsApp. Interessados podem se cadastrar gratuitamente no site www.caoderodinhas.com.br. O Clube vai realizar dois encontros anuais, um por semestre.

Cartilha orienta cuidados do dia a dia e acolhe tutor

Durante o evento, haverá distribuição gratuita de cartilhas informativas do Instituto Cão de Rodinhas, com orientações para quem já convive ou quer aprender mais sobre os cuidados com animais com deficiência.

O Instituto Cão de Rodinhas atende tutores de cães e gatos com orientações sobre os cuidados do dia a dia e também sobre prevenção. A cartilha que a entidade elaborou foi escrita após pesquisa com mais de 200 tutores e em parceria com mais seis médicos veterinários especialistas por área.

“Um dos pontos mais importantes na cartilha, além do endosso de especialistas, é a linguagem de acolhimento ao tutor. Ela acolhe o sentimento de dor, de culpa, de luto pelo cãozinho que não voltará a andar”, comentou Larissa, uma das coautoras.

Este é o primeiro evento que a ONG realiza nesse formato. Futuramente, eles querem reunir tutores de cães e gatos com deficiências em todas as capitais. (Crédito:Divulgação)

Causas de deficiência vão de traumas por acidentes até falta de vacinação

Oficialmente, não existe um número, contou Larissa. O instituto está organizando uma pesquisa nacional para fornecer essa informação para a sociedade. “São inúmeros os casos de deficiência em pets, causadas por traumas como atropelamento, acidentes, agressões, ou por questões degenerativas como hérnia de disco, displasia, ou por questões congênitas, bem como pela falta de vacinação com as sequelas deixadas pela cinomose”, explicou.

O envelhecimento é também uma das grandes causas de deficiências, em especial as sensoriais, como perda de visão e audição.

“Temos uma pesquisa de maio de 2024 com 2291 tutores que mostra que 45,7% não pretendiam ter animais com deficiência. Ele adquiriu a deficiência ao logo da vida. Apenas 25% adotaram o pet sabendo de sua deficiência”, pontuou.

Pets têm muita vontade de viver

Entre os desafios enfrentados por esses bichos e seus tutores está o preconceito e a discriminação, algo que acomete humanos e é conhecido como capacitismo. Pets também sofrem com isso. “Quando um tutor sai para passear com seu cãozinho na cadeira de rodas, é muito comum as pessoas falarem ‘tadinho’, ‘coitado’, ‘pecado’, com a boa intenção de demonstrar compaixão, porém eles não são nada coitados. São felizes e ativos. Têm muita vontade de viver”, afirmou Larissa, tutora de um border collie, Argos, que não move as patas traseiras devido a um atropelamento.

Como consequências do capacitismo, os animais com deficiência enfrentam três principais consequências: eutanásia sem necessidade, abandono e baixa adoção.

“Nós falamos que a paralisia em si não é razão para a eutanásia. Encerrar a vida de um pet pois ele não é mais ‘perfeito’ aos olhos do tutor ou do veterinário, é uma mentalidade ultrapassada. É necessário o tutor se informar e fazer as devidas adaptações, mas é completamente possível, em muitos casos, o pet se adaptar e ter uma grande qualidade de vida”, esclareceu a fundadora do instituto.

Um dos desafios de tutores e pets é o capacitismo. (Crédito:Divulgação)

Endereços da confraternização

Confira os locais onde serão realizados os encontros neste domingo:

• São Paulo (SP) – Parque da Juventude
Av. Cruzeiro do Sul, 2630 – Carandiru

• Curitiba (PR) – PETSHOP
Av. Senador Salgado Filho, 580 – Prado Velho

• Fortaleza (CE) – Parque Bisão
Av. Beira Mar, 4364 – Mucuripe

• Maceió (AL) – Praça Gogó da Ema
Av. Sílvio Carlos Viana – Ponta Verde

• Porto Alegre (RS) – Parque da Redenção
Av. João Pessoa, s/n – Farroupilha

• Rio de Janeiro (RJ) – Bonifácio & Berenice
Rua Rainha Guilhermina, 95 – Leblon

• Salvador (BA) – Av. Juracy Magalhães, 1210 – Rio Vermelho

• Brasília (DF) – Parque da Cidade (Estacionamento 10)
SRPS – Asa Sul