A cena de uma família em situação de rua que levava um cãozinho paraplégico em um carrinho de supermercado chamou a atenção do fotógrafo paulista Eduardo Leporo. Ele fez a foto e perguntou para onde iam. A resposta: uma rede de fast food para oferecer um sanduíche para a cachorrinha, Vitória, e para mais dois cães que acompanhavam o grupo. A conversa com a família fez com que Leporo percebesse: há boas histórias para contar das pessoas que, mesmo sem ter um teto para morar, se dedicam a seus bichos com muito carinho, oferecendo o melhor possível para eles.

Esse foi o primeiro passo de um projeto pessoal que, depois, se transformou em uma causa e, por fim, em uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público): Moradores de Rua e Seus Cães (MRSC). Leporo conta no novo episódio do Pet Talks como essa iniciativa, que surgiu há nove anos, cresceu e se expandiu, realizando ações pelo Brasil. O MRSC atua hoje em sete capitais e no Distrito Federal.

Leporo comanda um time de voluntários que se desdobra para ajudar homens, mulheres e famílias com animais de estimação que não têm moradia ou vivem em ocupações. Isso significa oferecer alimento, medicamentos, banho e roupas para os bichos e para os humanos.
No bate-papo com Luís Estrelas, que comanda o podcast, o fotógrafo destaca a importância da parceria com marcas e outras entidades. Uma das ações essenciais do projeto social é a castração de pets. Em sua história, a Oscip fez cerca de cinco mil castrações.

Para celebrar os dez anos do projeto, Leporo pensa em reeditar o livro que fez contando histórias das famílias e seus pets, um trabalho que ganhou visibilidade e foi parar na TV. Ele, que pretende ampliar a obra, com casos mais recentes, está atrás de patrocínio. Outro projeto é viabilizar um atendimento móvel para os animais. Desse modo, o MRSC poderá fazer castrações em lugares remotos, ajudando mais famílias e pets.