Muitas empresas que dependem de prestadores de serviços enfrentam desafios financeiros. E eles, os prestadores, também. Isso porque os prazos de pagamentos podem ser longos, o que frequentemente gera atritos na relação entre as partes. Uma fintech, a PraJá, oferece uma solução que atende os dois lados. Um dos segmentos em que mira é o de negócios pet.

A PraJá atua na antecipação de pagamentos a prestadores de serviços de variados setores. Entre eles estão médicos plantonistas, instaladores de móveis, profissionais que consertam eletrodomésticos e agentes da área de logística.

“No mercado pet, existem vários negócios que atuam com prestadores de serviços, que vão dos tosadores em pet shops aos médicos veterinários em clínicas. Também existem os profissionais que trabalham para os planos de saúde”, diz Ricardo Cotrim, presidente da fintech.

O modelo de negócio da PraJá baseia-se em contratos de parceria com grandes e médias empresas. Com esse suporte, as companhias podem oferecer a seus prestadores e fornecedores a plataforma da PraJá como benefício. Assim, eles têm a possibilidade de antecipar seus recebíveis, caso não queiram esperar o prazo de pagamento (que, em alguns cenários, são de 60 e 90 dias). No segmento pet, clínicas e redes de pet shop estão entre os potenciais clientes da fintech.

Para chegar a esse formato, a plataforma que viabiliza o pagamento demandou forte investimento tecnológico. Quando o prestador de serviço emite a nota fiscal, a aplicação da PraJá é alimentada com a informação por meio de integração com o sistema da empresa-parceira. O prestador, ao se logar à plataforma, visualiza seus recebíveis, a data programada para o pagamento e, então, pode solicitar a venda de seus créditos, se tiver a necessidade de receber antes.

“Em vez de o prestador procurar a empresa para verificar se consegue antecipar esse dinheiro, ele abre a plataforma, vê a quantia. Caso não queira esperar a data, ele negocia os créditos e recebe o valor acertado em dois minutos. Isso evita que o dono do negócio pegue dinheiro do fluxo de caixa ou que procure um banco. E o prestador resolve seu problema. Desse modo, a plataforma ajuda na relação entre contratantes e fornecedores e até se torna uma ferramenta de gestão”, afirma Cotrim.

Uma vantagem da empresa-parceira é atrair novos prestadores de serviço e fornecedores, que se sentem mais seguros em ter à disposição esse benefício da companhia. “Pelos contratos que já fechei, percebo de maneira evidente que o setor tem desafios grandes. Os negócios envolvem uma cadeia que precisa ter boa qualidade. Mas para ter um tosador que faça um trabalho bem feito é importante que ele também esteja bem. Às vezes, ele está enfrentando um problema financeiro, mas a empresa não sabe disso. Com a plataforma, o tosador pode resolver essa questão e continuar trabalhando”, exemplifica.

No mercado há três anos, a PraJá passou por um período de consolidação de sua plataforma, que tem aplicativo e site. Em 2023, a fintech fez mais de R$ 20 milhões em antecipações. Os valores variaram de R$ 70 a R$ 50 mil. Em julho, a PraJá entrou para o Grupo Entre, que tem um ecossistema de empresas com foco no mercado de meios de pagamento. A fintech recebeu R$ 50 milhões em linhas de crédito para impulsionar a operação.