Acidentes com escorpiões têm crescido no Brasil e a dolorosa experiência da picada não fica restrita a humanos: animais de estimação também podem ser vítimas. É importante reconhecer rapidamente se um cão ou gato foi atacado, principalmente se o pet morar ou estiver em férias em área com registro desses artrópodes (vale esclarecer que eles não pertencem à ordem dos insetos).

Como saber se o bicho foi picado? Sibele Konno, diretora médica da rede de hospitais veterinário Pet Care, afirma que ele pode chorar (o que demonstra dor), lamber a região afetada, tentar morder, ficar inquieto, babar, ter pupilas dilatadas, tremores e até perder o controle de urinar e defecar, além de ficar muito ofegante e apresentar paralisia progressiva. Caso apresente sintomas, ele deve ser levado imediatamente para atendimento médico.

A gravidade varia conforme o tipo de escorpião e o tamanho do cão ou gato picado. Quanto menor for o pet, maior o risco de morte. Por isso, o atendimento veterinário precisa ser rápido.

Para evitar esse risco, é importante deixar o ambiente livre de matéria orgânica, como madeira velha e folhagens: escorpiões gostam desse tipo de esconderijo. É importante também vedar ralos e frestas de portas. Se encontrar um, afaste os pets e avise a prefeitura a respeito da presença do animal. Para capturá-lo é necessário estar com roupas e equipamentos apropriados, que garantam a segurança da pessoa – leia mais dicas abaixo.

Como é o tratamento do pet, em caso de picada?

O soro antiescorpiônico não é usado em cães e gatos. De acordo com Sibelle, o antídoto é produzido em baixa escala pelo Instituto Butantan e distribuído apenas para o SUS (Sistema Único de Saúde).

A medicação aplicada pelo veterinário aliviará a dor e os outros sintomas. Muitas vezes, o bicho de estimação precisa ficar internado até a recuperação completa.

Até a chegada à clínica, a orientação é deixar o animal o mais parado possível para não piorar o quadro de dor. Não coloque gelo na área atingida, nem use bandagens.

Sintomas semelhantes aos descritos podem ocorrer se o pet for picado por cobra ou por aranha marrom. Identificar a origem do ataque torna o tratamento mais eficaz.

Proteja sua família com estas orientações

– Mantenha casa e terreno/quintais sempre limpos, sem madeira velha, folhagens, entulho e lixo acumulados. Escorpiões, cobras e aranhas gostam deste ambiente pelo fácil abrigo e pelos alimentos.

– Vede ralos e frestas das portas. Isso também ajuda a evitar que eles entrem na casa.

– Limite o acesso de cães e gatos a ambientes com muita matéria orgânica.

– Se encontrar escorpião, não utilize inseticidas. Isso tende a deixá-los mais irritados fazendo com que ataquem. Como o escorpião não é um inseto, o inseticida não é indicado. Afaste os pets do local. Entre em contato com a prefeitura para comunicar a presença do artrópode. Nunca tente pegá-lo com as mãos. Quem os captura usa luvas apropriadas e objetos específicos.

– Escorpiões têm hábitos noturnos e buscam esconderijos durante o dia. Lembre-se: eles podem se esconder em cantinhos, em um pano no chão, toalhas molhadas e até dentro de sapatos. Fique atento.

– Engana-se quem acha que escorpiões só existem no interior do Brasil ou em zonas rurais. Devido à fácil adaptação dos escorpiões ao ambiente urbano, que se expandiu com os anos, hoje é comum observar acidentes nos grandes centros.

– A época de reprodução dos escorpiões ocorre em agosto e setembro. Isso significa que as fêmeas podem armazenar mais veneno, o que leva a casos mais graves.

– A elevação de temperatura favorece a proliferação dos escorpiões, o que provoca o aumento de acidentes.

Leia mais dicas no site do Instituto Butantã.