O mês de dezembro, marcado pelo clima de festas e viagens, esconde uma estatística cruel: é o período de maior incidência de abandono de animais domésticos no Brasil. Para combater essa realidade, a campanha Dezembro Verde reforça que ter um pet não é uma “posse”, mas uma responsabilidade de longo prazo que exige planejamento, especialmente em momentos de transição como as férias de verão.

  • O Número do descaso: estima-se que existam 30 milhões de cães e gatos abandonados no país, um dado que permanece estável e alarmante desde o início da década.

  • Fatores de estresse: além do abandono deliberado, dezembro é o mês com mais fugas devido ao estresse causado por fogos de artifício e longos períodos de ausência dos tutores.

  • Seres sencientes: especialistas reforçam que pets sentem fome, medo, tristeza e desamparo. A adoção deve ser precedida pela pergunta: “quem cuidará dele se eu precisar viajar?”.

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Planejamento: o antídoto para o abandono

De acordo com Daniela Ramos, do CRMV-SP, a interação entre humanos e pets tornou-se mais emocional, mas a estrutura prática nem sempre acompanha essa evolução. “Muitos abandonos seriam evitados se as pessoas refletissem sobre questões práticas antes da adoção, como mudanças de endereço ou viagens”, explica.

A recomendação é que, caso o tutor precise se ausentar, o animal seja acostumado previamente com novos cuidadores ou hotéis para pets, evitando o trauma da ausência brusca.

Abandono é crime: as implicações legais

O descaso com a vida animal não é apenas uma falha moral, é um crime previsto pela Lei 9.605/1998. No Brasil, quem abandona um animal pode ser condenado a até 1 ano de prisão, pena que é agravada em situações de maus-tratos ou risco iminente à saúde do bicho.

Na capital paulista, a denúncia pode ser feita pela Delegacia Eletrônica de Proteção Animal ou pelo Disque Denúncia Animal (0800-600-6428). Estados como Santa Catarina também intensificaram a fiscalização e a publicidade com a campanha “Não abandone o amor”, focando na alta temporada.

“Pet não é brinquedo. Aproveite o tempo livre das férias para ensinar e guiar o animal, não para descartá-lo quando a rotina muda.”

Fabrícia Rosa Costa, diretora estadual do Bem-Estar Animal (SC)

Com informações da Agência Brasil