É comum que tutores se sintam tentados a recompensar seus gatos com porções de doces ou sobremesas, especialmente em festas ou momentos de comemorações, como no fim de ano. Mas isso pode comprometer a saúde do animal. Diferentemente dos humanos, os felinos são carnívoros estritos. O que significa que seu metabolismo não reconhece o sabor doce e tampouco é capaz de processar o açúcar de forma eficiente. Essa limitação fisiológica pode desencadear de desconforto gastrointestinal a distúrbios hepáticos e metabólicos, como diabetes.

O problema vai além da digestão. Por não possuírem as enzimas necessárias para metabolizar carboidratos simples, os gatos acumulam glicose e compostos derivados que podem inflamar tecidos, alterar o microbioma intestinal e interferir no equilíbrio hormonal. É por isso que especialistas recomendam restringir qualquer tipo de alimento adoçado e priorizar opções desenvolvidas com base nas necessidades metabólicas da espécie.

Entenda os riscos:

Gatos não sentem gosto doce e o açúcar prejudica o intestino

Os felinos não possuem receptores gustativos para o doce. Ou seja, o açúcar não gera prazer nem recompensa emocional. Além de inútil, o consumo pode alterar o microbioma intestinal, levando a diarreia, gases e apatia. Petiscos cremosos formulados especificamente para gatos cumprem esse papel sensorial de estímulo, e sem risco metabólico.

Outras substâncias nas guloseimas são tóxicas

Compostos comuns em guloseimas humanas, como chocolate e xilitol, podem causar intoxicações graves. “Mesmo pequenas quantidades de doce podem provocar reações severas, porque o organismo felino não consegue metabolizar substâncias como a teobromina com eficiência”, explica Lorena Branco, médica veterinária da Mars Pet Nutrition e especialista em comportamento felino.

Equilíbrio nutricional alterado

O consumo de açúcar pode gerar ansiedade alimentar, ganho de peso e redução na ingestão de água, um dos principais desafios de saúde felina. O desequilíbrio nutricional também pode afetar o humor e o comportamento do gato, tornando-o mais agitado ou apático.