O cavalo Caramelo virou símbolo de resiliência. Preso no alto de um telhado de uma casa em Canoas, durante as enchentes que atingiram duramente o Rio Grande do Sul, em maio, ele chamou a atenção do Brasil, que torceu por seu resgaste e sua recuperação. Hoje, o animal está saudável, tem perfil no Instagram e vive em uma fazenda-escola da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).

Caramelo tem grande popularidade. E isso ajuda a explicar as vendas esgotadas do primeiro lote de um boneco de pelúcia inspirado na história do cavalo, que chegou ao mercado neste mês atrelado a uma proposta social. O lançamento é da We Toys, de Porto Alegre, que criou uma linha de produtos chamada Cavalo Caramelo que tem como principal atrativo esse brinquedo.

O boneco tem 35 cm de altura e ostenta um lenço com as cores do estado. Nele, está uma etiqueta, produzida por uma gráfica gaúcha que foi devastada pela enchente, informando que o lucro será destinado a projetos sociais e ambientais.

A linha conta com o livro “O Conto do Cavalo Caramelo” e o quebra-cabeça do Cavalo Amarelo. O boneco, que estava esgotado na loja online da We Toys, voltou a ser reposto, na expectativa das vendas de Natal.

A We Toys, que nasceu neste ano, produz brinquedos, materiais educativos e colecionáveis e se apresenta como um negócio social com foco no desenvolvimento sustentável e na melhoria da qualidade de vida da população. No caso da linha Cavalo Caramelo, o que for arrecadado será usado para a reconstrução de escolas atingidas pelas enchentes.

Três escolas serão beneficiadas: Escola Estadual de Ensino Fundamental Oswaldo Vergara (Porto Alegre); Escola Estadual de Ensino Médio General Souza Doca (Muçum); Escola Estadual de Ensino Médio Eldorado do Sul (Eldorado do Sul). Mais unidades de ensino serão agregadas a depender da arrecadação.

O boneco não está vinculado à Ulbra, que anunciou nesta semana que Caramelo, o cavalo, foi oficialmente adotado pela instituição. Como foi criada a linha de produtos? O projeto partiu de “um fato público, ocorrido na enchente”, disse Luciano Hammes, fundador da empresa.

“No livro, contamos a história do nosso Caramelo, que também é atingido pela força das águas”, afirmou. “Falamos sobre o seu passado e o presente. Quem lê o livro pode ajudar a decidir o futuro dele. O quebra-cabeça reproduz o Rio Grande do Sul, com detalhes das nossas paisagens e da nossa fauna”, completou Hammes, que é empresário no setor de tecnologia e que, apesar de ser fundador, atua como voluntário na We Toys.

O quebra-cabeça é produzido com material reciclado e reciclável. Ele retrata as paisagens dos campos gaúchos.
O quebra-cabeça é produzido com material reciclado e reciclável. Ele retrata as paisagens dos campos gaúchos. (Crédito:Divulgação)

O livro, com 36 páginas, leva a assinatura do ilustrador gaúcho Everton Godinho Vicente. Os personagens são animais do Sul do país. Ele utiliza papel de origem certificada e renovável, tem lombada quadrada e capa dura.

O quebra-cabeça é produzido com material reciclado e reciclável. A imagem retrata as paisagens dos campos gaúchos, com araucárias, ponte de pedra, catavento, moinho, casas dos imigrantes, rebanhos, emas, capivaras e revoada de aves nativas da região.