08/01/2025 - 9:43
Até abril, quem passar por Nova York e for apaixonado por pets, tem a oportunidade de conhecer um pouco da relação da cidade com seus bichos de estimação. A exposição “Pets and the city” organizada na New-York Historical Society reúne peças de arte, objetos, fotografias, vídeos e outros documentos que analisam dois séculos e meio de convívio entre humanos e animais, passando pelas culturas indígenas da região e chegando aos tempos atuais, com o melhor amigo tratado com mimo nos apartamentos da Big Apple.
Os visitantes fazem um mergulho no contexto histórico e social dessa relação, mostrando como ela acompanhou o desenvolvimento de Nova York, do berço de povos indígenas como os Lenape e Haudenosaunee, até a metrópole diversa que se tornou, com todos os desafios de um grande centro urbano, que passam por temas como a adoção de bichos, o tráfico de espécies exóticas, as leis de direitos dos animais e o papel dos pets de serviço.
“Estima-se que apenas na cidade de Nova York existam mais de dois milhões de animais de companhia que reinam sobre os corações, lares e bolsos humanos”, declarou, em comunicado para a imprensa, Roberta J.M. Olson, a curadora da exposição, que foi aberta em 25 de outubro.
O mergulho na história dessa relação traz como um dos destaques uma documentação de 1788 que revela como indivíduos da nação indígena mohawk assinavam seus nomes com desenhos de animais de seus clãs, como tartarugas e raposas. O New-York Historical Society, o primeiro museu da cidade, mostra também representações de cães de caça em contam como eles desempenhavam papel central na vida dos colonos do século XVIII.
No início do século XIX começam a surgir retratos de família apresentando os animais de estimação, algumas vezes com eles no ponto focal da imagem. Há ainda o surgimento das primeiras exposições de pets, como o Westminster Kennel Club Dog Show, criado em 1877.
A história dos animais de trabalho também é explorada com fotos e documentos históricos, como os crachás de identificação de cachorros farejadores de bombas, e equipamentos contemporâneos para cães-guia. Outra atração são os cavalos, apresentados em pinturas, fotografias e desenhos. No final do século XIX, havia quase 200 mil deles somente em Manhattan e Brooklyn, a maioria no transporte público, porém havia também os animais dos clubes de equitação, das equipes de polo e até os usados por caçadores de raposas.
“Pets and the city” exibe não apenas o lado positivo. Há momentos que contam sobre pragas que atingiram a cidade, como os porcos que invadiram as ruas da cidade comendo restos de comida (eles chegaram a 20 mil em Manhattan em 1820) até a crise de raiva afetando cães vadios – e que provocou muitas matanças. Aborda ainda fenômenos pops, como o sucesso dos gatos na internet, e eventos especiais como a Broadway Barks, que surgiu em 1999 como um encontro anual para adoção de animais de abrigos, com cães e gatos apresentados por artistas da Broadway. E apresenta também lugares como os restaurantes Barking Dog e o Meow Parlour, o primeiro “cat café” da cidade.
É preciso correr para reservar lugar para a exposição. Os ingressos estão se esgotando.